No próximo sábado, dia 24, em Sarajevo (Bósnia Herzegovina) haverá a celebração de beatificação das irmãs: Berchmana Leidenix (austríaca); Krizina Bojanc (eslovena); Jula Ivanisevic (croata); Atonija Fabjan (eslovena) e Bernadete Banja (húngara), mais conhecidas como Mártires do Drina (rio da região dos Bálcãs).
As irmãs serão as primeiras da congregação Filhas do Amor Divino a serem beatificadas. Segundo a provincial superiora da congregação Filhas do Amor Divino, da região sul do Brasil, irmã Zoeli Maria Pletsch, um grupo de brasileiros já está em Sarajevo para acompanhar a beatificação das irmãs. “Nós, da Região Sul, acompanharemos a beatificação em um grupo de cinco pessoas, todas religiosas, representando o Brasil. Na congregação da região norte, além de irmãs, irá acompanhá-las alguns leigos”, explicou. Para a irmã Zoeli Pletsch, a preparação espiritual dela para acompanhar a beatificação está sendo enorme. “Estou rezando muito e me preparando psicologicamente e espiritualmente para essa beatificação. As Mártires são um exemplo e uma comprovação pública de que vale a pena viver uma vida santa, uma vida pura. Essa beatificação será o primeiro passo para declará-las santas. É um verdadeiro testemunho a ser seguido por todos”, ressaltou.
Vida e morte
A convite do arcebispo dom Giuseppe Stadler, as Filhas do Amor Divino chegaram a Saraievo em 1882, acompanhadas da fundadora da congregação, Madre Francisca Lechner. Em 1911, em Pale, localidade próxima a Sarajevo, abriram um convento, chamado “Casa de Maria”. De início, o objetivo era que o local fosse destinado a recuperação de doentes e repouso para as religiosas que trabalhavam no Instituto São José, em Sarajevo. Entretanto a Casa de Maria tornou-se famosa pelas obras de caridade exercidas em favor de todos os necessitados que batiam as suas portas. O local ficou conhecido como “o hospital dos pobres”. Em 11 de dezembro de 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, os soldados da milícia “cetnici” aprisionaram as cinco irmãs e as levaram a Gorazde, após saquear e incendiar o convento. A via sacra destas irmãs, no frio e na neve, sem vestimentas adequadas, submetidas a investigações e interrogatórios, ameaças e ofensas, passou, em primeiro lugar, por Careve Voda (Águas do Imperador) e depois por Sjetlina, onde a irmã Berchmana, com 76 anos de idade, foi morta. As demais irmãs foram conduzidas a Gorazde. A viagem de Pale a Gorazde, através da Montanha Romanija, são 65 quilômetros e durou quatro dias e quatro noites. No dia 15 de dezembro, em Gorazde, após a tentativa de estupro, as irmãs foram assassinadas a facadas e os seus corpos jogados no rio Drina. Para entender melhor o ocorrido, o padre Anto Bakovic escreveu um livro chamado “As Mártires do Drina” contando a sua versão da história. Padre Bakovic tinha 10 anos, à época, quando tudo aconteceu. Ele foi um dos poucos sobreviventes do massacre e a única testemunha viva do fato. Fonte: CNBB.
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