sábado, 2 de abril de 2011

VATICANO DENUNCIA MORTE DE CIVIS NA LÍBIA

Vaticano denuncia morte de civis
O mais alto representante do Vaticano na Líbia acusou ontem a coalizão internacional que promove ações militares no país de matar pelo menos 40 civis em ataques aéreos contra alvos do regime na capital Trípoli. “Os bombardeios deveriam proteger civis, mas estão matando dezenas deles”, afirmou o bispo Giovanni Innocenzo Martinelli. “No bairro de Tajoura, cerca de 40 civis morreram, e a casa de uma família ruiu”, relatou. Em Tajoura fica uma das residências oficiais do ditador Muamar Kadafi atacadas pelas forças aliadas. A denúncia do bispo, com base no que ele qualificou como “fontes confiáveis” em contato com residentes na cidade, é o primeiro relato concreto de mortes civis decorrentes dos ataques aéreos iniciados no último dia 19. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental, que assumiu o comando militar das operações nesta semana, prometeu investigar a denúncia, mas disse não haver quaisquer indícios sobre mortes de civis. Ao mesmo tempo, o Reino Unido divulgou ontem relatório em que estima em aproximadamente mil o número de mortos em confrontos entre forças pró e contrárias a Kadafi. A cifra não leva em conta relatos de mortes pelos bombardeios aliados – aprovados pela Organização das Nações Unidas (ONU) justamente para evitar os ataques a civis. Também ontem, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse que o país não mandará armas aos rebeldes, mas deixou aberta a possibilidade de outros enviarem. EUA e Reino Unido defendem que a resolução da ONU permite que o embargo de armas à Líbia seja flexibilizado para ajudar a oposição. Os dois países, no entanto, negam já ter tomado alguma decisão definitiva a respeito. De acordo com Gates, chefe do Pentágono, fica a critério dos outros países decidir se os rebeldes receberão auxílio em armas ou em treinamentos. O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, reiterou oposição à possibilidade. São contra também Alemanha, Turquia (membros da Otan), China e Rússia. Ante as críticas sobre o suposto alinhamento dos aliados à oposição, autoridades da Otan disseram ao jornal New York Times, sob anonimato, que oposicionistas também poderiam ser alvejados caso ataquem civis.    Fonte: Jornal do Commercio

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