No percurso entre a Basílica de Santa
Maria Maior (onde esteve em visita pessoal) e São Francisco, o papamóvel
parou diversas vezes para Francisco beijar crianças e bebês levados por
seus pais. Quem esperava ser saudado de perto não ficou decepcionado. O
Papa dispensou carinhos e sorrisos à multidão. Diante da Basílica,
completamente restaurada depois das feridas do terremoto de 1997, sob os
toques dos sinos em festa, o povo acolheu Francisco com alegria,
retribuída pelo Papa. Muitas bandeiras coloriam a Praça.
Jorge Bergoglio foi recebido por vários
membros da comunidade e também pelo Primeiro-ministro italiano, Enrico
Letta, com quem conversou amigavelmente, trocando sorrisos. No início da
missa, o arcebispo de Assis, Nocera Umbra e Gualdo Tadino, Dom Domenico
Sorrentino, fez um discurso cumprimentando o Pontífice e agradecendo a
visita. Papa Francisco começou sua homilia com a saudação franciscana
“Paz e Bem!” e com poucas palavras, resumiu aos fiéis a escolha de São
Francisco: imitar Cristo e fazer-se pobre para nos enriquecer por meio
da sua pobreza. Em seguida, dissertou sobre o testemunho deixado por São
Francisco, não com as palavras, mas com a vida.
Em
primeiro lugar, o Papa frisou que o caminho de Francisco para Cristo
começou do olhar de Jesus na cruz. “O santo se deixou olhar por Ele no
momento em que deu a vida por nós e nos atraiu para Ele. Naquele
instante, Jesus não tinha os olhos fechados, mas bem abertos: um olhar
que lhe falou ao coração”.
“Quem se deixa olhar por Jesus
crucificado fica recriado, torna-se uma nova criatura. E daqui tudo
começa: é a experiência da Graça que transforma, de sermos amados sem
mérito algum, até sendo pecadores”.
O segundo testemunho deixado por São
Francisco é que “quem segue Cristo, recebe a verdadeira paz, a paz que
só Ele, e não o mundo, nos pode dar.
“A paz franciscana não é um sentimento
piegas, não é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do
cosmos... Também isto não é franciscano, mas uma ideia que alguns se
formaram. A paz de São Francisco é a de Cristo, é a de quem assume o seu
mandamento: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. E este jugo não
se pode levar com arrogância, presunção, orgulho, mas apenas com
mansidão e humildade de coração", ressalvou o Pontífice, pedindo a São
Francisco que nos ensine a ser «instrumentos da paz»”.
Outro ponto ressaltado pelo Papa foi o
testemunho de respeito por tudo o que Deus criou e que o homem é chamado
a guardar e proteger, além do respeito e amor por todo o ser humano,
por toda a criação e a sua harmonia.
“Deus criou o mundo para que seja lugar
de crescimento na harmonia e na paz. Daqui, desta Cidade da Paz, repito
com a força e a mansidão do amor: respeitemos a Criação, não sejamos
instrumentos de destruição! Respeitemos todo o ser humano: cessem os
conflitos armados que ensanguentam a terra, calem-se as armas e que, por
toda a parte, o ódio dê lugar ao amor, a ofensa ao perdão e a discórdia
à união. Ouçamos o grito dos que choram, sofrem e morrem por causa da
violência, do terrorismo ou da guerra na Terra Santa, tão amada por São
Francisco, na Síria, em todo o Oriente Médio, no mundo”.
Antes de concluir, o Papa recordou que a
Itália celebra São Francisco como seu Padroeiro e pediu orações pela
Nação Italiana, para que cada um trabalhe sempre pelo bem comum, olhando
mais para o que une do que para o que divide.
No final da missa, houve a cerimônia
tradicional da oferta do azeite para a lâmpada votiva, que este ano
compete precisamente à Região da Úmbria.
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